"Yo nunca hice sino soñar. Ha sido ese, y solo ese, el sentido de mi vida.
Nunca intenté ser sino un soñador. A quien me habló de vivir nunca di atención.
A la vida nunca reivindiqué sino que fluyese por mí sin que yo la sintiera.
Al amor únicamente exigí que jamás dejase de ser una fantasía longincua.
Mi empeño de crear un mundo de quimera acompáñame aún, y solamente en la muerte me abandonará.
¡Ah, no habrá nostalgia más intensa que la de las cosas que nunca existieron!
Las flores del jardín de la pequeña casa de campo que nunca vivieron sino en mí. ¡Las huertas, los pomares, el pinar de la finca que fue solo un sueño mío!
¡No existir, al menos para mí, un paraíso así!
Levanto la cabeza del papel en que escribo... Es temprano aún.(...)
El mal de la vida, el dolor de ser consciente, penetra en mi cuerpo y pertúrbame.(...)
¡Tener de vivir y, por poco que sea, de hacer; tener de percibir que está otra gente, real también, en la vida! Tener de quedarme aquí escribiendo, porque mi alma me pide que lo haga, y, mismo esto, no poder simplemente soñarlo; exprimirlo sin palabras, sin consciencia mismo, por una construcción de mi propio en música y postración, de modo que me subiesen las lágrimas a los ojos solo de sentir, expresarme, y fluirse, como un rio encantado, por pausados declives de mi propio, cada vez más para lo inconsciente y lo Distante, sin alcance alguno excepto Dios. En mi lo más primordial es el hábito y la forma de soñar. Las circunstancias de mi vida, desde niño, solitario y tranquilo, (...) hicieran de mi espíritu una constante corriente de devaneos (...)"
Libro del Desasosiego - Fernando Pessoa
Fernando Pessoa, en su poesía, aborda temas como el sufrimiento de pensar y la obsesión por el análisis, en incesante acto de angustia y busca de la felicidad.
El poeta vive y piensa simultáneamente y cree que la vida solo alcanza ser vivida cuando se hace sin pensar. Porque la razón es un obstáculo a la inconsciencia, intrínseca a la felicidad.
Yo de igual forma, pienso que, indubitablemente, es más feliz quien vive ajeno a la realidad de la vida que quien medita y vive la lucidez de la existencia.
Porque el pensar enfría la emoción y la espontaneidad del sentir.
A.C.
10.11.2009
¡No sé cuantas almas tengo!
No sé cuantas almas tengo
A cada momento cambié
Continuamente me siento raro
Nunca me vi ni encontré
De tanto ser, solo tengo alma
Quien tiene alma no tiene calma
Quien ve es solo lo que ve,
Quien siente no es quien es.
Atento a lo que soy y veo,
Conviérteme en ellos y no soy yo.
Cada sueño mío o deseo
Es del que nasce y no mío.
Soy mi propio paisaje,
Asisto a mi pasaje,
Diverso, móvil y solo,
No sé sentirme donde estoy.
Por eso, ajeno, voy leyendo
Como páginas, mi ser,
El que sigue no presintiendo,
Lo que pasó a olvidar.
Noto al margen de lo que leí
O que juzgué que sentí.
Releo y digo: “¿Fue yo?”
Dios sabe, porque lo escribió.
Fernando Pessoa
A dor de pensar…!
"Eu nunca fiz senão sonhar. Tem sido esse, e esse apenas, o sentido da minha vida.
Nunca pretendi ser senão um sonhador. A quem me falou de viver nunca prestei atenção.
À vida nunca pedi senão que passasse por mim sem que eu a sentisse.
Do amor apenas exigi que nunca deixasse de ser um sonho longínquo.
A minha mania de criar um mundo falso acompanha-me ainda, e só na minha morte me abandonará.
Ah, não há saudades mais dolorosas do que as das coisas que nunca foram!
As flores do jardim da pequena casa de campo que não existiram senão em mim. As hortas, os pomares, o pinhal, da quinta que foi só um sonho meu!
Não haver, pelo menos só para mim, um paraíso feito disto!
Ergo a cabeça de sobre o papel em que escrevo... É cedo ainda. (...)
O mal da vida, a doença de ser consciente, entra no meu próprio corpo e perturba-me. (...) Ter de viver e, por pouco que seja, de agir; ter de roçar pelo facto de haver outra gente, real também, na vida! Ter de estar aqui escrevendo isto, por me ser preciso à alma fazê-lo, e, mesmo isto, não poder sonhá-lo apenas; exprimi-lo sem palavras, sem consciência mesmo, por uma construção de mim próprio em música e esbatimento, de modo que me subissem as lágrimas aos olhos só de me sentir expressar-me, e eu fluísse, como um rio encantado, por lentos declives de mim próprio, cada vez mais para o inconsciente e o Distante, sem sentido nenhum excepto Deus. Em mim o que há de primordial é o hábito e o jeito de sonhar. As circunstâncias da minha vida, desde criança, sozinho e calmo, (...) fizeram do meu espírito uma constante corrente de devaneios (...)"
Livro do Desassossego - Fernando Pessoa
Fernando Pessoa, na sua poesia, aborda temas como a dor de pensar e a obsessão pela análise, num contínuo acto de sofrimento e constante busca da felicidade.
O poeta vive e pensa simultaneamente, mas considera que a vida só vale a pena ser vivida sem pensar. Pessoa considera o acto de pensar um entrave à felicidade. E a razão é um impedimento à inconsciência, intrínseca à felicidade. Eu, de igual forma, penso que, indubitavelmente, é mais feliz quem vive alheio à realidade da vida do que quem medita e vive a lucidez da existência. Porque o pensar arrefece a emoção e a espontaneidade do sentir.
A.C.
10.11.2009
Não sei quantas almas tenho!
Não sei quantas almas tenho,
Cada momento mudei,
Continuamente me estranho,
Nunca me vi nem achei.
De tanto ser, só tenho alma,
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é.
Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada sonho meu ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem,
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.
Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que segue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo: "Fui eu?"
Deus sabe, porque o escreveu.
Fernando Pessoa
chámame moito a atención o verso: "quen sinte non é quen é" qué reflexivo pessoa :)) un beijinho :))) e moi feliz día!!!!!!
ResponderEliminarHola Galicia!
ResponderEliminarGracias amiga!
Fernando Pessoa era un poeta muy sufridor y toda su vida fue en busca de la felicidad que jamás encontró!
No se reconocía a sí mismo y para no sufrir creó heterónimos como Álvaro de Campos, Alberto Caeiro y Ricardo Reis.
Estes heterónimos tenían personalidad propia para, asi, Fernando Pessoa poder huir de la realidad.
Un beso y buen día (miércoles)!
Aaaah meu amor que saudade daqui!
ResponderEliminarnovamente, meu fim de semana ficou sem tempo para o blog.. estou voltando a ativa!
beeijo
Alma querida!
ResponderEliminarOs sonhos, se formos pensar é a única coisa que de fato nos pertence.Ninguém nunca os arrancará de nós!
Sonhar é o que nos move, é o que sustenta a vida.
Lindo teu post!
Emocionante!!!
Um Beijo e Boa Noite!
Olá Caroline meu amor!
ResponderEliminarQue saudades menina!
Tanto tempo que não me visitavas!
Eu sei, eu também estou em falta, mas o meu tempo anda tão curto meu amor!
Um beijo e prometo ser mais assídua.
Olá Memória!
ResponderEliminarMuito obrigada pela visita!
É verdade, eu também acho, os sonhos ninguém nos pode arrancar... se se realizam depois se verá, mas enquanto sonhamos é muito bom!
Um beijo enorme e boa quarta-feira!
Sonhar é bom quando serve como uma simulação para projetos reais – sonhar com esta compreensão nos torna em uma potencia existencial.
ResponderEliminarSonhar sem esta compreensão, é uma utopia é ficar preso no matrix é algo estático
"Nunca pretendi ser senão um sonhador. A quem me falou de viver nunca prestei atenção."
ResponderEliminare o ser é
porque sonha,
se não
era um animal qualquer...
beijos,
do seu homem-menino-de-volta
Es un escrito maravilloso.. y el poema es genial.. se sienten ese amor a la búsqueda de la felicidad.. la vida.
ResponderEliminarExcelente..
Es un placer siempre leerte.
Un abrazo
Saludos fraternos..
Buen texto de Fernando Pessoa,que nos muestra la lucha por hallar una felicidad,que su mundo interior no encontraba. Realmente estamos en continua evolución y es difícil hallar una armonía entre la mente y el corazón. La mayoría de las veces nos dejamos llevar por los pensamientos,que nos limitan y entristecen. No dejamos que el corazón nos mueva y nos muestre la paz de la naturaleza y la conexión con el mundo espiritual,que nos aportaría plenitud y buena comunicación con los demás..
ResponderEliminarHemos de hallar esa paz interior para ser felices y llevarla al exterior. Todo surge del corazón del hombre.
Mi felicitación por la elección,ALMA.
Mi abrazo,siempre.
Olá Rener Brito!
ResponderEliminarSeja muito bem-vindo!
E muito obrigada pela visita!
O objectivo de Fernando Pessoa sempre foi fugir da realidade, mas nunca o conseguiu, por isso, foi tão infeliz!
O problema é que, actualmente, há muitos "Fernando Pessoa"!
Um beijo.
Olá Abraão!
ResponderEliminarQuanto tempo!
A frase que escolheste demonstra bem a vontade de ele fugir da realidade...
"A quem me falou de viver nunca prestei atenção."
Um beijo enorme de Portugal para
o meu homem-menino-de-volta!
Hola Adolfo!
ResponderEliminarMuchas gracias por tus palabras!
Es un placer siempre tu visita.
Un beso.
Hola MAJECARMU!
ResponderEliminarMuchas gracias por tu visita y tus palabras!
Es verdad, la mayoría de las veces nos dejamos llevar por los pensamientos,que nos limitan y entristecen. Impedimos que el corazón nos muestre la paz y la belleza de la naturaleza y la conexión con el mundo espiritual, que nos da tranquilidad y nos ayuda a ser felices.
Un beso amiga!
Oi querida! Vim te agradecer demais pela participaçao no meu blog! =^^=
ResponderEliminarBjinho!
Olá Raquel Cecília!
ResponderEliminarObrigada pela visita!
Não tens que agradecer, foi um prazer!
Um beijo!
riquísimoooOooOOoOoOooOOo!! qué rico!! ya lo he hecho (bueno, en dos moldes, por si subía demasiado por la levadura:) lo voy a hacer más veces, sólo he probado un trocito, que aún no he comido jejeje :) aún tengo que ponerme ahora con eso pero qué rico el pastel de manzana y nueces :)) muchas gracias por la receta!! y qué bien huele la cocina!!! :))) muy feliz miércoles para ti también :)))) un abrazoooooo y un beso enooooorme!!!! :)))
ResponderEliminarPD: de pessoa ya había leído algo sobre los heterónimos :)aunque muy poco de sus poemas :) y sí que sus palabras son tristes :) hay que leerlo en dosis pequeñas :))
un beijinho :)))
Hola Galicia!
ResponderEliminarGracias mi niña...
me alegro muchisimo que te salió bien...!
Y que te gustó...y que lo vas a hacer más veces!
Otro dia te paso otra receta...!
Y sobre los heterónimos de Pessoa, Alberto Caeiro habla mucho sobre la naturaleza y Álvaro de Campos es aún más triste que el própio ortónimo - Fernando Pessoa.
Un beso enorme!
Alma inquieta, tinha q ser alma poeta..cada palavra aqui tem enorme sentimento..te adoro amiga
ResponderEliminarTudo lindo, e tudo verdade absoluta! Amei o post, parabéns!
ResponderEliminarbeijinhos
Olá Lú!
ResponderEliminarMuito obrigada amiga pela visita e pelas palavras que me dedicas sempre!
E tem enorme sentimento, porque cada palavra sai-me da alma, por isso às vezes o meu silêncio, em respeito à quietude da minha Alma Inquieta...!
Também te adoro amiga..., um beijo enorme!
Olá Carlinha!
ResponderEliminarMuito obrigada minha linda!
Beijinhos e boa quarta-feira!
OLA AMIGA,
ResponderEliminaradore este post y adoro Fernando Pessoa,
siento mucho lo que dice en sus poesias,probablemente sera porque pienso como el.
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en français :
Penser en parlant
Jamais un orateur n'a pensé en parlant ; jamais un auditeur n'a pensé en écoutant.
Alain (Émile Chartier, dit), Propos sur l'éducation
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Penser
Il n'est pas difficile d'avoir une idée. Le difficile, c'est de les avoir toutes.
Alain (Émile Chartier, dit),
beijos amiga
¡Hola Poesidón!
ResponderEliminar¡Gracias por tus palabras !
Sabes…, también pienso que él tiene razón, porque si yo pensara menos ¡sufriría mucho menos…!
En français :
Penser en parlant
Et… oui… c’est vrai… vous avez raison… je ne suis pas capable…de faire ça...!
Penser
« Il n'est pas difficile d'avoir une idée. Le difficile, c'est de les avoir toutes. »
Et avoir une idée…, c’est très facile, mais une bonne idée… n’est pas très facile… !
Bisous mon ami… Poseidón!
creo que lerei primeiro a alberto caeiro :) un beijinho ou bisous!! a miña nova palabra en francés (con lo otro me lío:)
ResponderEliminarmuacs!
Hola galicia!
ResponderEliminarSi...,Alberto Caeiro es una buena opción…!
Et… amie Galicia… bisous :=)
Très… très chique… :=)) !
hay que soñar con prudencia, uno puede acabar mal de la cabeza...
ResponderEliminarOlá
ResponderEliminarPermite-me destacar uma parte do texto?
“…não poder sonhá-lo apenas; exprimi-lo sem palavras, sem consciência mesmo, por uma construção de mim próprio em música e esbatimento, de modo que me subissem as lágrimas aos olhos só de me sentir expressar-me, e eu fluísse, como um rio encantado, por lentos declives de mim próprio, cada vez mais para o inconsciente e o Distante…”
Isto eu sinto!
Abraço
Pensar, sentir, actuar...No podemos dejar de ser una parte de lo que somos. Y así es siempre más emocionante todo.
ResponderEliminarVivir pensando y pensar sintiendo .Y no se sabe por qué, a veces, decidiendo...
Hola jordim!
ResponderEliminarGracias por tu visita!
Es verdad, hay que soñar con prudencia..., pero nunca dejar de soñar!
Un beso!
Olá Argos!
ResponderEliminarMuito obrigada pela visita!
Claro que permito!
E, depois das "revelações" no "Um Farol chamado Amizade", compreendo muito bem a escolha desse excerto e acredito, sinceramente, que o sinta!
Um beijo.
Hola Carmen!
ResponderEliminarGracias amiga por tu visita!
Si, muy acertado..., vivir pensando y pensar sintiendo Y a veces, decidiendo...!
Un beso!
Alma,
ResponderEliminarConcordo plenamente com Pessoa.
A consciência, i.e, a razão é um empecilho para o fluir das agradáveis emoções.
Beijo, Alma, e uma ótima noite.
Fernando Pessoa agrada sempre!
ResponderEliminarAmélia, mudei o nome do meu blog, "um amor de pessoa", que agora se chama:"De amor e de..." e tem acesso em:http://luciahsoares.blogspot.com
Continue me dando o prazer de sua presença nele.
Bj
Olá Valdeir!
ResponderEliminarObrigada pela presença constante, apesar de tanto trabalho!
Também concordo...a razão é um obstáculo para o fluir das agradáveis emoções.
Um beijo e boa quinta-feira!
Olá Lúcia!
ResponderEliminarNão só dar-te o prazer da minha presença, como já sou tua seguidora.
Depois vou fazer-te uma visita com mais calma!
Mas já vi os teus netos lindos...Parabéns!
Um beijo e boa quinta-feira!
¡Hola Alma inquieta!
ResponderEliminarLos sueños y la realidad,
ambas cosas fundidas en el alma del ser humano.
Ambas cosas, son una.
y la vida sigue, aun en sueño.
Sueño existencial y perecedero…
Saludos de J.M. Ojeda
Hola J.M. Ojeda!
ResponderEliminarGracias por tu visita!
Si, los sueños y la realidad deben caminar lado a lado..., como dices un sueño existencial!
Un beso!
Olá Amélia!
ResponderEliminarPenso que todos nós temos muito de Fernando Pessoa! E muitas das vezes os sonhos surgem em função das pseudo-emoções que muitos de nós procuramos! E o amor e a felicidade irá ser sempre um objectivo a atingir, até que a cabeça e o corpo nos doa!
Um beijo,
Renato
Olá Renato!
ResponderEliminarMuito obrigada pela visita!
Já tentei retribuir, mas não encontro blog...!
É verdade, acho que é próprio da natureza humana..., viver idealizando e sonhando..., mas é tão bom sonhar!
Um beijo!
AH...FERNANDO QUE TANTO CONHECES A ALMA HUMANA...
ResponderEliminarQUE TANTO CONHECES O MUNDO..
QUE TANTO CONHECES A TI..
PARECE QUE SEMPRE ESCREVES PRA MIM.
alma querida, que lindo poema do nosso Fernando,,
como não ama-lo, como não amar esta terra que tão grandes benefícios trouxe a humanidade.
como não amar esse povo que conheço tão bem^???
vcs são só amor, alegria e amizade.
Um beiju em tua linda alma.
loba.
Olá Amiga Valéria!
ResponderEliminarMuito obrigada pelo carinho!
Sabes, é um orgulho para os portugueses saber que no cantinho mais longínquo tem a sua marca...!
Mas, eu por mim falo, adoro o povo brasileiro, porque, afinal somos irmãos até no idioma!
Um beijo enorme e bom fim de semana!