Razões Humanitárias ou acordo petrolífero?

O terrorista líbio, Abdelbaset Ali Mohamed Al-Megrahi, responsável pelo atentado de Lockerbie, na Escócia, em 1988, foi condenado a prisão perpétua em 2001.
Agora, libertado por "razões humanitárias" foi recebido como um herói na chegada ao seu país, o que, obviamente, desencadeou a ira britânica contra Tripoli.

O terrorista, de 57 anos, com cancro terminal, desembarcou do avião, fretado pela Líbia, acompanhado por Seif Al-Islam, um dos filhos do líder líbio, Muammar Khadafi, que o segurava pela mão.
A recebê-lo estavam cerca de mil pessoas, que agitaram bandeiras ao som do hino nacional.

"É profundamente reprovável", declarou o ministro britânico dos Negócios Estrangeiros, David Miliband, a propósito da recepção dada a Al-Megrahi.
A Líbia ignorou os apelos do primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, que escreveu uma carta a Khadafi a pedir discrição na recepção a Al-Megrahi.
Por seu lado, o presidente dos EUA, Barack Obama, considerou a libertação "um erro", defendendo que deveria ficar em prisão domiciliária.

O atentado de Lockerbie, em 21 de Dezembro de 1988, matou 270 pessoas.

Por acaso, este terrorista teve sentimentos de humanidade para com as vítimas?!

Alegam razões humanitárias para libertar um criminoso, mas alguém se lembra dos familiares das vítimas?

Eu se estivesse no lugar deles, estaria a questionar-me “como é que alguém decide que um criminoso, condenado a prisão perpétua, deve ter direito a uma morte digna, se esse criminoso roubou esse direito a 270 inocentes???

Mas as razões humanitárias parecem, afinal, ser outras!
Segundo o filho de Khadafi "em todos os contratos comerciais de petróleo e de gás com a Grã-Bretanha (Megrahi) esteve sempre na mesa de negociações".

Será que as razões humanitárias que estão na base desta libertação têm um valor igual ao do petróleo?

E a vida das 270 vítimas, bem como a dor dos seus familiares, quanto valem?

Um barril de petróleo?

Que justiça é esta?!

A.C.

23.08.2009