Há cerca de quinze dias, quando chegava a casa por volta da meia-noite, enquanto fechava a minha viatura ouvi uma voz masculina num tom nada aconselhável para o horário.
Aproximei-me da entrada do prédio onde moro e à medida que me acercava notei que o volume dessa voz aumentava proporcionalmente.
Não foi difícil perceber de onde vinha essa voz.
Vinha do rés-do-chão (não vou dar mais detalhes, por motivos óbvios) do meu prédio.
Vinha do rés-do-chão (não vou dar mais detalhes, por motivos óbvios) do meu prédio.
Não estranhei a situação, porque as discussões e a violência doméstica entre esse casal são constantes.
Estranhei sim, a hora tardia!
Se o tom não era agradável, era-o ainda menos o que ele lhe dizia.
Sim, porque eu só ouvia a voz dele!
Não sei o que me chocou mais, se ele dizer-lhe “foste a pior desgraça que me aconteceu na vida” ou “por tua causa, um dia vou parar à cadeia, porque vou espancar-te até à morte”?!
Não sei se um dia não o fará!
Sim, porque eu só ouvia a voz dele!
Não sei o que me chocou mais, se ele dizer-lhe “foste a pior desgraça que me aconteceu na vida” ou “por tua causa, um dia vou parar à cadeia, porque vou espancar-te até à morte”?!
Não sei se um dia não o fará!
Subi as escadas, chocada com o que tinha ouvido!
Não ficaria bem com a minha consciência se não tomasse uma atitude!
Comentei a situação com a minha filha, porque o meu marido já estava a dormir.
A minha filha, já em pijama, desceu comigo e verificámos que os insultos, da parte dele, continuavam (pensávamos nós que era só agressão psicológica).
A minha filha ainda sugeriu tocar à campainha, mas eu achei por bem não o fazer, pois não sei como ele reagiria.
Decidimos, então, chamar a polícia e assim fiz!
Efectivamente, a polícia foi rápida a chegar. Ainda não tinham passado dez minutos e já uma viatura, com dois agentes, estava estacionada à frente do meu prédio.
Fiz uma coisa que não se deve fazer, mas a gravidade da situação desculpar-me-á: peguei no auscultador da minha casa e ouvi a conversa.
Um agente tocou à campainha e o marido atendeu.
Fiz uma coisa que não se deve fazer, mas a gravidade da situação desculpar-me-á: peguei no auscultador da minha casa e ouvi a conversa.
Um agente tocou à campainha e o marido atendeu.
Quando o polícia se identificou, imediatamente a porta exterior do prédio foi aberta, sem que ele questionasse o agente do motivo que o levou a tocar-lhe à campainha a uma hora tão tardia.
Facto curioso foi ter sido a mulher a abrir a porta da habitação ao agente.
Quando foi confrontada, inacreditavelmente, ela negou que estivesse a ser vítima de violência doméstica. O polícia ainda insistiu que tinha havido uma denúncia por parte de uma vizinha, mas ela voltou a dizer que não, que o que se passou “era uma coisa normal entre um casal”!
Perante esta resposta, o polícia não tinha outra alternativa senão retirar-se.
Já no exterior do prédio, ouvi esse polícia dizer para o colega, em tom irónico “ela disse que não se passa nada!”.
Obviamente, o agente não acreditou nas palavras dela!
Muito menos acreditaria se visse o rosto dela no dia seguinte, como eu vi!
Há várias questões que me inquietam.
1 - Que adulto vai ser o filho deles, actualmente com cerca de 13 anos, a crescer num ambiente onde é habitual a agressão física e psicológica?
2 – O que leva uma mulher a aceitar ser humilhada desta maneira?
Quando a mulher não trabalha, diz-se “coitada, tem de aguentar... não tem rendimentos!”.
Mas, não é o caso. Tem formação superior e é economicamente independente.
3 – Qual é o perfil do agressor, actualmente?
Faço esta pergunta, porque longe vão os tempos em que o homem que batia na mulher era aquele que tinha por companheira uma garrafa de vinho!
Este não!
Aparentemente é um cidadão modelo!
Como as aparências enganam!
Nós pensamos que vivemos num paraíso!
Pura ilusão! Passados três dias desta ocorrência, a manchete do Jornal de Notícias dizia “A cada duas semanas morre uma portuguesa vítima de violência doméstica”.
Actualmente, a violência doméstica, é um crime público e como tal deve ser denunciado.
Infelizmente, no nosso país, ainda há muitas pessoas de horizontes estreitos que levam à letra o ditado popular “entre marido e mulher ninguém meta a colher”.
Eu denunciei e sempre que a situação se repetir voltarei a fazê-lo.
Não quero carregar na consciência a concretização de uma ameaça!
Obviamente, o agente não acreditou nas palavras dela!
Muito menos acreditaria se visse o rosto dela no dia seguinte, como eu vi!
Há várias questões que me inquietam.
1 - Que adulto vai ser o filho deles, actualmente com cerca de 13 anos, a crescer num ambiente onde é habitual a agressão física e psicológica?
2 – O que leva uma mulher a aceitar ser humilhada desta maneira?
Quando a mulher não trabalha, diz-se “coitada, tem de aguentar... não tem rendimentos!”.
Mas, não é o caso. Tem formação superior e é economicamente independente.
3 – Qual é o perfil do agressor, actualmente?
Faço esta pergunta, porque longe vão os tempos em que o homem que batia na mulher era aquele que tinha por companheira uma garrafa de vinho!
Este não!
Aparentemente é um cidadão modelo!
Como as aparências enganam!
Nós pensamos que vivemos num paraíso!
Pura ilusão! Passados três dias desta ocorrência, a manchete do Jornal de Notícias dizia “A cada duas semanas morre uma portuguesa vítima de violência doméstica”.
Actualmente, a violência doméstica, é um crime público e como tal deve ser denunciado.
Infelizmente, no nosso país, ainda há muitas pessoas de horizontes estreitos que levam à letra o ditado popular “entre marido e mulher ninguém meta a colher”.
Eu denunciei e sempre que a situação se repetir voltarei a fazê-lo.
Não quero carregar na consciência a concretização de uma ameaça!
A.C.
10.06.2009
ojalá ,si no podemos modificar lo que sucede a nuestro derredor.hagamos de nuestro pequeño reino (que es nuestro hogar), un suelo de paz.Sería una forma de poner el granito de arena que,unidos a otros muchos más,forman una gran montaña.SER
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